Sem dúvidas nem hesitações

Mobilizar contra a privatização da <i>STCP</i>

A fusão da STCP com o Metro do Porto é um passo de gi­gante a ca­minho da pri­va­ti­zação da em­presa de trans­porte ro­do­viário, sus­tenta a cé­lula do PCP.

O tempo para lutar contra a pri­va­ti­zação da STCP é agora

Image 8894

A apre­sen­tação pelo Go­verno do Plano Es­tra­té­gico dos Trans­portes – PET, que prevê a fusão da So­ci­e­dade de Trans­portes Co­lec­tivos do Porto/​STCP com o Metro do Porto, cons­titui para o PCP um «passo de gi­gante» no sen­tido da «en­trega ao ca­pital pri­vado destas im­por­tantes em­presas de trans­portes». Num co­mu­ni­cado do Se­cre­ta­riado da cé­lula do PCP na STCP, os co­mu­nistas alertam para o «ataque aos di­reitos, aos sa­lá­rios e ao fu­turo dos postos de tra­balho» que tal me­dida, a ir por di­ante, acar­re­taria.

Trata-se, para o PCP, de «limpar» os di­reitos dos tra­ba­lha­dores, no­me­a­da­mente das novas ge­ra­ções, «uti­li­zando a au­sência de con­tra­tação co­lec­tiva digna desse nome». Assim seria pos­sível en­tregar a em­presa aos novos donos «limpa» destes en­cargos.

Mas a fusão está longe de ser a pri­meira etapa da pri­va­ti­zação da em­presa, de­nun­ciam os co­mu­nistas, re­cor­dando um longo ca­minho de me­didas ten­dentes a esse ob­jec­tivo. A STCP, SA, que já foi Ser­viços de Trans­portes Co­lec­tivos do Porto, já teve mais de quatro mil tra­ba­lha­dores, es­tando hoje re­du­zida a cerca de 1400, dos quais 120 con­tra­tados a prazo. Por outro lado, ao nível da con­tra­tação co­lec­tiva, os tra­ba­lha­dores da em­presa «têm vindo a ser con­fron­tados com o roubo sis­te­má­tico dos seus di­reitos».

Mas não é tudo: vá­rias ad­mi­nis­tra­ções «foram lim­pando a em­presa de ser­viços de apoio im­por­tantes à sua so­bre­vi­vência e bom fun­ci­o­na­mento, tais como as ofi­cinas», ao mesmo tempo que foram «de­se­nhando e con­cre­ti­zando uma rede de trans­portes que des­res­peita e li­mita a mo­bi­li­dade das pes­soas e que, de acordo com o ob­jec­tivo final, per­mite a re­dução de tra­ba­lha­dores e põe em causa o ser­viço pú­blico às po­pu­la­ções». A im­po­sição de au­mentos de preços que «nada têm a ver com a pres­tação de um ser­viço pú­blico de trans­portes» é a outra face da pri­va­ti­zação que se pre­para. Face a isto, con­si­dera o Se­cre­ta­riado da cé­lula do PCP ser tempo de «todos as­su­mirem as suas res­pon­sa­bi­li­dades». Assim, ga­rante, «não vale a pena as­so­biar para o lado» e di­vagar sobre quem será o «me­lhor pri­vado» para as­sumir o con­trolo da em­presa. Re­a­fir­mando que «o tempo de lutar e re­sistir é hoje», a cé­lula co­mu­nista re­cordou que «foram muitos os mo­mentos em que os tra­ba­lha­dores sou­beram estar na de­fesa dos seus di­reitos afir­mando que não es­tavam à venda nem em leilão».

Os co­mu­nistas, tanto no in­te­rior como no ex­te­rior da em­presa, «sa­berão estar ao nível das suas res­pon­sa­bi­li­dades e tudo farão para es­cla­recer e mo­bi­lizar os tra­ba­lha­dores contra ta­manha ofen­siva, es­tando na linha da frente da de­fesa dos seus di­reitos e de tão im­por­tante em­presa do sector pú­blico de trans­portes da re­gião do Porto», ga­rante o Se­cre­ta­riado da cé­lula.



Mais artigos de: PCP

Construir a unidade contra o pacto de agressão

No co­mício re­a­li­zado em Coimbra no dia 20, tal como nas vá­rias ac­ções que está a re­a­lizar pelo País, o PCP apelou à cons­trução de um amplo mo­vi­mento de re­jeição do pacto de agressão.

Reforçar a organização e intensificar a acção

A V As­sem­bleia da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Bra­gança do PCP, re­a­li­zada no do­mingo, apontou ca­mi­nhos para re­forçar a or­ga­ni­zação e in­ter­venção par­ti­dá­rias, bem como a luta do povo do Nor­deste Trans­mon­tano.

Portuários com razões para lutar

O PCP, através do Sector dos Transportes da Organização Regional de Lisboa, está a alertar os trabalhadores portuários para os ataques aos seus direitos e condições de vida de que serão alvo a breve prazo. Os comunistas realçam que...

Eco dos grandes interesses

O PCP reagiu, através de uma nota do Gabinete de Imprensa, ao comunicado divulgado anteontem no seguimento da reunião do Conselho de Estado. Para os comunistas, que acusam o Presidente da República de exercer uma «inaceitável pressão sobre a decisão dos órgãos...

<i>Zon/TV</i> Cabo rouba nos salários

A Zon/TV Cabo, em conluio com o Governo, pretende roubar, durante seis meses, 35 euros nos salários mensais dos seus trabalhadores das lojas do Porto para pagar material que alegadamente falta nesses estabelecimentos. No recibo de Setembro esse roubo já se verificou. No dia 1 de Setembro, antes da...

Retrocesso imenso

O PCP considera a liquidação, pelo Governo, do Instituto da Droga e da Toxicodependência um retrocesso para o País. Esta medida terá ainda, garante o PCP, um «efeito detonador num novo surto do tráfico e consumo de drogas ilícitas e nos problemas ligados ao...

PCP sempre foi contra

O PCP reagiu, anteontem, através de um comunicado do seu Gabinete de Imprensa, às notícias vindas a público sobre as subvenções vitalícias a ex-detentores de cargos públicos: «A propósito das notícias sobre a atribuição das...